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Agronegócios

Soja em sistema de Integração Lavoura-Pecuária desponta como alternativa para desenvolvimento regional


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Ações de transferência de tecnologias agropecuárias voltadas para apoiar o desenvolvimento regional são o foco do projeto de cooperação técnica desenvolvido pela Embrapa e o Sicoob Credioeste na região de Abaeté-MG.

Com o intuito de priorizar sistemas de produção que visam melhorar a eficiência no uso do solo e aumentar a produção de alimentos nas propriedades, as atividades do projeto, na safra 2020/2021, promoveram a implantação de Unidades Demonstrativas (UDs) com tecnologias para produção de soja. As lavouras foram instaladas em áreas de pastagens degradadas em sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), visando impulsionar o cultivo da leguminosa na região.

As atividades tiveram início com uma palestra do pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) Miguel Marques Gontijo Neto, realizada de forma virtual na Tecno Agro 2020. A apresentação abordou o cultivo da soja, sua utilização na recuperação de áreas degradas e na diversificação de renda das propriedades. Como desdobramento, foram instaladas oito UDs em propriedades da região com cultivares de soja desenvolvidas pela Embrapa.

Com o trabalho nas unidades, foi possível verificar, além da viabilidade agronômica da cultura, a alta rentabilidade e a facilidade de comercialização da produção. Também se destacou a alta produtividade das cultivares (de até 4.690 quilos por hectare). Os materiais apresentaram resistência às principais doenças, boa adaptação às condições climáticas e ciclo precoce (de 105 dias e 110 dias), mais uma característica favorável a impulsionar a soja na região.

O pesquisador Miguel Gontijo destaca que os sistemas de produção agropecuários na atualidade precisam ser produtivos, rentáveis e amigáveis ao meio ambiente. “Uma ferramenta extremamente interessante e viável é a Integração Lavoura-Pecuária. Dentre as culturas que podem ser utilizadas nessa integração, um destaque cabe à soja, que apresenta alguns mecanismos compensatórios (como, por exemplo, compensação de estande) e tolerância ao veranico, que às vezes ocorre na região. A soja consegue suportar o período de estiagem, depois recuperar a produtividade esperada e ter rentabilidade”.

O trabalho desenvolvido na região é destacado por Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, como um exemplo. “Em pastagens já utilizadas por um longo tempo, demonstrando certo grau de degradação, se reinstalam, através da tecnologia, do empreendedorismo e da perspectiva de rentabilidade, novos arranjos produtivos de alto impacto. A região de Abaeté, organizada por instituições profissionais e até entes da sociedade, como produtores que emprestam suas áreas para as Unidades Demonstrativas, coloca um novo cenário para que possa se expandir esse modelo de negócio de grande impacto”.

O produtor Agmar Luiz Junior, da Fazenda Santo Antônio (Morada Nova de Minas-MG), foi um dos agricultores a instalar Unidade Demonstrativa em sua propriedade. Ele avalia de forma muito positiva a parceria com a Embrapa, o incentivo e o crédito recebidos do banco. “Nossa experiência foi bem satisfatória. É uma região com irregularidade de chuvas, muito calor, e estamos bem satisfeitos, tanto com a questão sanitária quanto com a produção. A gente espera que essa parceria se prolongue por muito mais tempo.”

Para o diretor do Sicoob Credioeste, Sérgio Henrique Teixeira da Silva, as novas tecnologias disponíveis que, por intermédio da Embrapa, podem trazer benefícios aos produtores devem ser difundidas. “As cooperativas de crédito e de produção têm um papel importantíssimo no apoio a essa difusão. Até porque não estamos falando somente de produzir, mas de produzir com qualidade. Quem compra está nos exigindo melhores práticas e, por essa razão, devemos estar juntos para desenvolver regionalmente produtos que possam ser reco

nhecidos nos mercados compradores”.

O técnico da Emater-MG Fernando César Couto acredita que o projeto de cooperação técnica tem sido muito importante para Abaeté e região. “Estamos levando para o campo a pesquisa desenvolvida pela Embrapa. Os resultados mostraram que a cultura da soja é totalmente viável para nossa região em todos os parâmetros técnicos. A Emater já está sendo demandada para elaborar projetos de implantação de novas áreas. Para a próxima safra, acreditamos em uma expansão da cultura da soja”.

Sinval Lopes, agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo e coordenador do projeto de cooperação técnica, destaca que as ações de transferência de tecnologia devem priorizar modelos de negócios que visem o aumento da produção, do abastecimento de mercado e a melhoraria da eficiência econômica das propriedades, contribuindo assim para o desenvolvimento regional.

Embrapa

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